segunda-feira, 26 de março de 2012

MEIO AMBIENTE

DIA MUNDIAL DA ÁGUA-CELEBRAÇÃO OU PREOCUPAÇÃO?

Dia 22 de Março. Dia mundial em celebração à água. Instituído em 1992 pela ONU, teve o objetivo de chamar a atenção mundial ao consumo consciente deste bem vital a todos os organismos vivos deste planeta, porém, vem demonstrado que as mudanças necessárias foram bastante tímidas.

Há tempos, a ONU vem tentando enfrentar e alertar à população mundial a escassez da água. A Conferência das Nações Unidas para a Água em 1977, a Década Internacional de Abastecimento de Água Potável e Saneamento de 1981 a 1990, a Conferência Internacional sobre Água e Meio Ambiente e a Cúpula da Terra em 1992 e por ultimo, a instituição da Década Internacional de Ação, “Água para a Vida” de 2005 a 2015. Contudo, esta luta tem sido  em vão.Estima-se que um bilhão de pessoas, sendo 40% na África subsaariana, carece de acesso a um abastecimento de água suficiente, isto é, acesso a uma fonte que possa fornecer 20 litros/dia por pessoa a uma distância não superior a mil metros, tais como ligações domésticas, fontes públicas, fossos, poços e nascentes protegidos e a coleta de águas pluviais. Estes dados parecem superdimensionados se pensarmos que nosso planeta é composto de dois terços de água.

Ocorre que 97% desta água são de água salgada, imprópria para consumo ou aproveitamento agrícola e industrial. Dos 3% de água doce, 1,75% é gelo, 1,24% constituídos por rios ou aquíferos subterrâneos não disponíveis, sobrando míseros 0,007% para o consumo de aproximadamente 7 bilhões de pessoas. Pouco, não acham?Estes 0,007% de água potável estão cada vez mais ameaçados pelo crescimento populacional – estima-se que em 2050 seremos 9 bilhões de habitantes – atividades agrícolas e industriais, bem como às alterações dos ciclos hidrológicos trazidas pela mudança climática. Destes que mencionei, creio que o mais grave é o superpovoamento, tendo em vista que, em regra, o ciclo hidrológico é fechado, fazendo com que permaneça a mesma quantidade de água disponível. Em 2030, vamos necessitar pelo menos 50% a mais de comida, 45% de energia e 30% de água.O uso inadequado deste recurso também é fonte de grande preocupação, principalmente pela degradação da água pela poluição e a superexploração das reservas de águas subterrâneas. A cada dia, milhões de toneladas de esgoto tratado inadequadamente e resíduos agrícolas e industriais são despejados nas águas de todo o mundo, culminando com a morte de milhares de pessoas, mais do que de todas as formas de violência, incluindo a guerra. Precisa-se, por exemplo, entre 10 e 15 vezes mais água para produzir um quilo de carne do que um de trigo.Segundo a UNESCO, nove países dividem cerca de 60% da água doce mundial. Em ordem por bilhões de metros cúbicos são: Brasil (6.220 bilhões), Rússia (4.059), Estados Unidos (3.760), Canadá (3.290), China (2.800), Indonésia (2.530), Índia (1.850), Colômbia (1.200), Peru (1.100). Por outro lado, existem países em situação muito precária como o Kuwait, Bahrain Malta, Gaza, Emirados Árabes, Líbia, Singapura, Jordânia, Israel e Chipre.Já os grandes consumidores de água (somando todos seus usos) em km3 ao ano são: Índia (552), China (500), Estados Unidos (467), União Européia (245), Paquistão (242) e Rússia (136). Outros usam menos de 10 litros de água por pessoa ao dia como Gâmbia (4.5), Mali (8), Somália (8.9) e Moçambique (9.3). Em contraste, o cidadão médio dos Estados Unidos usa 500 litros de água por dia, e a média britânica é de 200 litros.Vejam que o Brasil, o maior detentor de água doce mundial, não figura nesta lista, enquanto o Paquistão que detém pouco recurso está na lista de grandes consumidores. Esta discrepância é a razão de conflitos internacionais como entre Israel e Jordânia, Turquia e Síria, China e Índia, Angola e Namíbia, Etiópia e Egito, Bangladesh e Índia, demonstrando a importância da disponibilidade deste bem fundamental.O Brasil não fica longe deste cenário desolador. Apesar de ter a maior Bacia fluvial do mundo em razão do rio Amazonas, tem conflitos por escassez de água nas regiões Nordeste e Sudeste. O último Atlas Brasil -Abastecimento Urbano de Água, elaborado em 2011 pela Agência Nacional de Águas (ANA), reflete bem este cenário. Ele mostra que, somente na área urbana, dos 5.565 municípios brasileiros, 55% poderão ter déficit no abastecimento de água já em 2015 e que 84% das cidades necessitam de investimentos urgentes para adequação de seus sistemas produtores de água potável.Certamente, como mencionado no meu ultimo artigo, este cenário se intensificará em razão da mudança do Código Florestal brasileiro, se aprovado, quando as áreas de preservação permanente de rios e regiões úmidas brasileiras serão deformadas.Alegra-me, contudo, ter no Brasil uma legislação específica para seus recursos hídricos. A Lei 9433/97 criou a Política Nacional de Recursos Hídricos que reconhece a água como um bem de domínio público dotado de valor econômico e que priorizou o consumo humano e a dessedentação de animais em caso de escassez de água.
Objetivou a disponibilização sustentável deste recurso, a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. Possibilitou, ainda, a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, a cobrança pelo uso de recursos hídricos e a compensação a municípios pela sua utilização. Estes últimos são instrumentos fundamentais para racionalização deste recurso a serem supervisionados pela ANA e pelos conselhos das bacias hidrográficas brasileiras.Percebe-se que há diversas ações direcionadas à preservação da água. Contudo, ainda não são suficientes. Estamos trilhando o caminho da escassez. Não há tempo mais para reflexão. Já passamos deste ponto. Urgem-se medidas para preservação e, principalmente, a conscientização mundial para o uso racional da água.Ou mudamos ou morremos.
AUTOR:
Jean Marc Sasson,  advogado com especialização em gestão ambiental pela COPPE/UFRJ e colunista do Portal Ambiente Energia. Ele também é editor do blog Verdejando (www.verdejeando.blogspot.com) 

quinta-feira, 22 de março de 2012

FGTS INJETA R$ 19 BILHÕES NO MINHA CASA MINHA VIDA

FGTS destina mais de R$ 19 bilhões ao programa Minha Casa, Minha Vida em 2011

DESTAQUES EM ECONOMIA

SÃO PAULO - No ano passado, os programas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) destinaram ao programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, R$ 19,5 bilhões de recursos para financiamento habitacional.
Do total de recursos enviados ao Programa, R$ 17,1 bilhões foram destinados a famílias com renda de até cinco salários mínimos, resultado que superou em R$ 3,9 bilhões o volume de recursos de 2010.
O FGTS também destinou R$ 5,3 bilhões para o pagamento de parte do preço de aquisição da moradia dessa população, na forma de descontos em financiamentos habitacionais vinculados ao programa Carta de Crédito. No total, mais de 410 mil unidades financiadas receberam subsídios, das quais mais de 305 mil dentro do programa a Minha Casa, Minha Vida.
Habitação Os recursos do FGTS são aplicados nas áreas de habitação, saneamento básico e infra-estrutura urbana, sendo que no ano passado, essas áreas receberam mais de R$ 37,7 bilhões.
Para o setor de infra-estrutura Urbana foram investidos R$ 2,1 bilhões em 34 contratações efetivadas em 2011. No setor de saneamento básico o investimento foi de R$ 1 bilhão para o financiamento de 24 obras de sistemas de abastecimento e manejo de água e no tratamento, que melhoraram a qualidade de vida de cinco milhões de pessoas.
YAHOO NOTÍCIAS

segunda-feira, 19 de março de 2012

MEDICAMENTOS SOFRERÃO REAJUSTE DE 5,85%

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) publicou, nesta segunda-feira (19), no Diário Oficial da União, a resolução que autoriza reajustes de até 5,85% no preço dos remédios vendidos em todo o país.
As alterações podem ser feitas a partir do próximo dia 31 e devem ter como referência o chamado preço fabricante (limite usado por laboratórios ou distribuidores de medicamentos para venda no mercado brasileiro) cobrado em 31 de março de 2011. Até a data limite para a entrada em vigor do reajuste, as empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar à Cmed o relatório de comercialização com os preços que pretendem cobrar após a aplicação da correção.
De acordo com a resolução, a categoria de remédios em que o faturamento com a venda de genéricos seja igual ou superior a 20% pode sofrer reajuste de até 5,85%. Já a categoria de remédios com faturamento de genéricos entre 15% e 19% tem reajuste autorizado de até 2,8%.
O reajuste de até 5,85% tem como base a variação, nos últimos 12 meses, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
FONTE:AGÊNCIA BRASIL

domingo, 4 de março de 2012

SERRA ESTÁ NA FRENTE

A EVOLUÇÃO DA CLASSE MÉDIA

 Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostra que a classe média será a principal responsável por sustentar um crescimento acumulado de 40% projetado pela entidade para a economia brasileira até 2020.
O estudo "A evolução da classe média e o seu impacto no varejo", divulgado hoje, chama de classe média as famílias que formam a classe C definida pelas faixas de rendimento da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por esse critério, integram a classe média famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.
LEIA MAIS:
http://economia.estadao.com.br/noticias/economa%20brasl,classe-c-sustentara-aumento-de-40-do-pib-ate-2020,104451,0.htm

sábado, 3 de março de 2012

DESEMPREGO NO BRASIL

Diferentes meios de comunicação têm afirmado que o número de pessoas sem emprego no Brasil tem diminuído muito e que estamos vivendo uma situação de pleno emprego. Recentemente, a própria presidente Dilma Rousseff fez essa afirmação em discurso na Organização das Nações Unidas. Na língua portuguesa, uma coisa é plena se ela é cheia, completa, inteira. É verdade então que existe o pleno emprego no Brasil?
Antes de analisarmos os números e as pesquisas estatísticas, podemos responder a essa pergunta apenas olhando para as ruas das cidades brasileiras, para os bairros pobres e favelas. É comum encontrar muitas pessoas que vivem nas ruas ou que moram em habitações precárias. Também muitos são os jovens que se envolvem com o crime organizado em virtude da falta de oportunidades. A própria presidente afirmou que no Brasil vivem 15 milhões de pessoas abaixo da linha da miséria, ou seja, com menos de R$ 70 por mês. Evidentemente, essa não é uma situação de pleno emprego.
A grande maquiagem que permite aos ideólogos burgueses encher a boca para afirmar que existe pleno emprego no Brasil acontece na forma como se realizam as pesquisas sobre o desemprego.
A principal pesquisa sobre desemprego no Brasil é a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A primeira grande deficiência dessa pesquisa é sua abrangência. Apenas as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife são pesquisadas. Grandes cidades do interior e de várias regiões do país não são consideradas.
Além disso a pesquisa define, entre todos os moradores dessas regiões metropolitanas, aqueles que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA), que são, para os pesquisadores, as pessoas produtivas da sociedade. Estão excluídas da PEA as pessoas que não procuraram emprego nos últimos 30 dias (mesmo que um motivo de força maior as tenha impedido), estudantes que precisam trabalhar mas não encontram emprego e as trabalhadoras que estão ocupadas nos afazeres domésticos; não importa aos pesquisadores se essas pessoas precisam de um emprego e querem trabalhar. A última pesquisa do IBGE afirmou que a PEA nessas regiões é de 24,1 milhões de pessoas, mas a população total com mais de 16 anos é de quase 40 milhões.
Para os pesquisadores, entra na conta das pessoas empregadas aquelas que estão em trabalhos precários, informais e por conta própria, mesmo que essas pessoas estejam realizando esse trabalho apenas como “bico” e procurem um emprego de verdade para se sustentar. É importante lembrar que o emprego no Brasil é extremamente precário e quase a metade dos trabalhadores, segundo o próprio Ministério do Trabalho, não tem carteira assinada. Pior: de 1995 a 2010, 40 mil trabalhadores foram encontrados trabalhando em condições de escravidão e mais de 220 pessoas e empresas estão na lista suja por contratarem mão de obra escrava. É nesse trabalho precário que se esconde o que alguns pesquisadores chamam de desemprego oculto.
Mesmo utilizando esses métodos de pesquisa, os números do desemprego não são irrelevantes. Apenas nas seis regiões analisadas 1,4 milhão de pessoas estão sem emprego e  33% são jovens de 18 a 24 anos.
A verdade é que o pleno emprego é uma situação impossível de se alcançar debaixo do capitalismo, pois o capitalista quer sempre manter uma determinada quantidade de trabalhadores desempregados para dessa maneira exercer uma pressão para baixar o salário dos que estão empregados. As economias capitalistas mais desenvolvidas veem cada vez mais o crescimento do desemprego. Como afirmou a presidente Dilma na ONU, 44 milhões de trabalhadores estão desempregados na Europa e 14 milhões nos Estados Unidos.
Segundo o Ipea, o aumento do nível do emprego no Brasil tem apenas acompanhado o nível do crescimento econômico, de maneira que, em períodos de crise, a resposta dos capitalistas não será outra senão demissões e corte de direitos.
É necessário e possível alcançar uma sociedade com pleno emprego e, mais ainda, com emprego digno e trabalho justo para todos. Para construir essa sociedade é necessário retirar do poder os capitalistas e colocar a riqueza sob controle e a serviço dos trabalhadores.
Sandino Patriota, São Paulo

MULHER E TRABALHO